STEM e Autonomia Jurídica: Capacitando Meninas com Conhecimento Jurídico em Tecnologia
- stemparaminas
- há 13 minutos
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Não é um segredo e muito se fala atualmente sobre a importância de termos consciência sobre os nossos próprios direitos, mas será que essas informações chegam, de fato, facilmente até a gente?
Estudos recentes nos mostram dados sobre o conhecimento dos brasileiros em relação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e em todas elas os números se mostram abaixo do esperado. Uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos aponta que apenas 31% dos brasileiros afirmam conhecer ‘’muito bem’’ ou ‘’mais ou menos’’ a LGPD, enquanto 60% dizem ter ouvido falar ou não possuem conhecimento algum sobre. Ao considerarmos a população em geral, já podemos observar uma grande lacuna em termos de conhecimento. No entanto, quando focamos especificamente nas mulheres e supomos que apenas metade delas possui esse conhecimento, torna-se evidente o quão preocupante é essa disparidade. Então, bora bater um papinho sobre como o jurídico ampara e influencia a tecnologia atualmente?
Nos últimos anos, temos testemunhado uma revolução tecnológica sem precedentes, com avanços em inteligência artificial, Internet das Coisas, big data e muito mais. Essas inovações têm um impacto profundo em todos os aspectos de nossas vidas, desde como nos comunicamos, comportamos até como lidamos com questões legais e éticas.
No entanto, muitas vezes, as implicações dessas tecnologias são complexas e desafiadoras de entender. É aí que entra a importância de capacitar meninas e mulheres com conhecimento jurídico em tecnologia. Ao entenderem os princípios fundamentais do direito relacionado à tecnologia, elas podem se tornar líderes informadas e conscientes nesses campos em rápida evolução, tornando-se ainda mais imparáveis.
A ponte entre STEM e autonomia jurídica oferece uma oportunidade única para promover a diversidade e inclusão no mundo da tecnologia. Tradicionalmente dominados por homens, os campos STEM se beneficiam enormemente da perspectiva e criatividade das mulheres. Capacitar meninas com conhecimento jurídico em tecnologia não apenas abre portas para elas nessas áreas, como também contribui para um ambiente mais equitativo e responsável.
Imagine uma menina apaixonada por ciência da computação ou engenharia de software. Com o conhecimento jurídico adequado, ela não apenas pode criar soluções tecnológicas inovadoras, mas também compreende as implicações legais dessas soluções. Isso a capacita a navegar por questões como privacidade de dados, propriedade intelectual, regulamentação em inteligência artificial e muitos outros campos das leis de maneira ética e responsável, além de dar a ela todo suporte legal necessário para o desenvolvimento desses projetos! Demais, né?!
Capacitar meninas com esse tipo de conhecimento fortalece sua autonomia e capacidade de tomar decisões informadas em relação à tecnologia. Desse modo, elas se tornam agentes ativos na construção de um futuro digital mais justo e inclusivo.
Programas educacionais e iniciativas sociais que integram STEM e conhecimento jurídico estão surgindo em todo o mundo para apoiar esse movimento. Alguns exemplos desses programas são a Stanford Technology Law Review (STLR), uma revista acadêmica da faculdade de Stanford, nos Estados Unidos, que culmina questões legais com tecnologia, e o STEM legal lab da Fundação Getúlio Vargas aqui no Brasil, um laboratório que busca explorar questões interdisciplinares que envolvem ciência, tecnologia e direito, oferecendo oportunidades de pesquisa, educação e discussão nessas áreas.
O fato é que essas iniciativas ainda são um pouco recentes e não possuem a visibilidade que precisam para que outras faculdades e instituições conheçam e se inspirem. E é aí que vocês me perguntam: ‘’mas como a gente pode reverter esse cenário?’’ e eu respondo amigas: precisamos falar mais sobre! Levem esse assunto para o convívio social de vocês, falem na sala de aula, com o grupo de amigas, professores, desenvolvam projetos e trabalhos sobre, conversem com a avó, pai, mãe, periquito… qualquer um! Tomem essa iniciativa e agarrem qualquer oportunidade que verem pela frente. Não se apeguem ao discurso de que uma voz sozinha não faz diferença, porque faz sim! Precisamos reconhecer o poder que uma simples conversa pode ter, mesmo quando nos sentimos pequenas diante do mundo e de tudo que nos falam.
Em resumo, capacitar meninas com conhecimento jurídico em tecnologia é essencial não apenas para a igualdade de gênero, mas também para construir uma sociedade digital mais ética e inclusiva. A tecnologia e as normas andam de mãos dadas com a evolução da sociedade. É necessário que continuemos apoiando e promovendo essas iniciativas para criar um futuro onde todas as meninas possam brilhar e contribuir para a inovação tecnológica com confiança e autonomia!
Fontes:
Barros, Mateus. LGPD: maior parte dos brasileiros não conhece a legislação, diz Febraban. Disponível em: https://olhardigital.com.br/2021/07/05/pro/lgpd-maior-parte-dos-brasileiros-nao-conhece-a-legislacao-diz-febraban/.
Acesso em: 28/04/2024
Lobo, Ana Paula. Febraban: Maior parte dos brasileiros 'só ouviu falar' da LGPD. Disponível em: https://www.convergenciadigital.com.br/Governo/Febraban%3A-Maior-parte-dos-brasileiros-%27so-ouviu-falar%27-da-LGPD-57442.html?UserActiveTemplate=mobile%2Csite.
Acesso em: 28/04/2024
Technology impact on Law. Disponível em: https://direitosp.fgv.br/en/innovation/technology-and-teaching.
Acesso em: 28/04/2024
Stanford Technology Law Review. Disponível em: https://law.stanford.edu/organizations/pages/legal-design-lab/.
Acesso em: 28/04/2024
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