Autoria de Eliane Maria de Santana
Olá, aqui estamos para falar de um outro assunto que precisa chegar com consistência nas escolas públicas e, em especial, nas escolas de periferia.
“Por que você fala tanto das ‘escolas de periferia’; escola é escola, não é?”
Sim, mas a realidade das escolas periféricas é completamente diferente de outras escolas nos grandes centros urbanos, por exemplo. E, nesses locais, o descaso é um elemento com o qual professores e alunos se veem obrigados a se adaptar para alcançar o mínimo da formação básica desejada para um cidadão de plenos direitos.
E, pensando nesse fator, vamos conversar um pouco sobre Projeto de Vida e STEAM. É possível integrar esses conceitos de forma a despertar a curiosidade e a vontade de superação dentro de sala de aula?
Vem comigo! Vamos conversar sobre.
Segundo o blog da Kuau, projeto de vida pode ser definido como o “[..] o caminho entre ‘Quem eu sou’ e ‘Quem eu quero ser’[...]”. E, esse tem sido um dos conteúdos explorados pelo Novo Ensino Médio e, em algumas escolas, também já se estendendo para o Ensino Fundamental II.
Que bom que chegamos a esse momento de unir a vida acadêmica e a realidade a fim de prepararmos nossos jovens para um mundo em plenas transformações na relação com o mercado de trabalho. Porém, a comunidade escolar foi devidamente preparada para essa conversa, ou simplesmente, jogou-se a ideia e, mais uma vez, professores e alunos que se virem?
Ainda de acordo com o Kuau: “Através de um processo bem estruturado, unindo autoconhecimento, planejamento e prática, o aluno aprende a se conhecer melhor, identificar seus potenciais, interesses e sonhos, definindo metas e estratégias para alcançar seus objetivos.” Isso é perfeito! Mas, professores foram preparados para isso?
E, veja, não estamos dizendo que não são capazes; os educadores brasileiros estão acostumados a, como dizem os mais velhos, “tirar leite de pedra”, porém, como já foi dito, as mudanças têm sido rápidas e as formações não têm sido tão efetivas assim.
Nesse sentido, acredita-se que a interdisciplinaridade - (link do texto anterior) possui potencial para auxiliar educadoras e educadores a promover escolhas mais assertivas e voltadas para os desejos reais dos alunos.
A metodologia STEAM foi pensada para integrar matérias como Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (em inglês: Science, Technology, Engineering, Arts and Math) e pode ser uma grande aliada nesse processo.
Fomentar feiras , seminários e exposições que trazem essa realidade para alunos periféricos pode ser uma excelente estratégia, até para superar esse estigma de que os alunos não gostam mais de estudar… Será por que a escola não tem oferecido um ambiente para exercitar a curiosidade, tanto de alunos quanto de professores e por isso, não se “gosta” mais de estudar?
Projeto de vida e STEAM podem ser caminhos incríveis para estimular, especialmente, meninas a encontrar caminhos nas áreas de Ciências, Matemática e Tecnologia. Segundo o site Porvir, 62% das estudantes brasileiras não conhecem nenhuma mulher que trabalhe nas áreas de Ciências e Tecnologias. Esse dado é deveras preocupante, principalmente, numa sociedade que se torna cada vez mais tecnológica e precisa de mão de obra especializada para ocupar cargos futuros.
Ainda segundo o Porvir, até 2025, serão criados 797 mil novos cargos em Tecnologia da Informação. Está na hora de trazermos para as escolas públicas ações que incentivem esse tipo de formação para meninas e meninos e também para professoras para assim democratizar sonhos que contemplem mudanças reais que levem nossas meninas a superarem os próprios limites na construção de uma sociedade mais equitativa.
Então, sim, é possível trabalhar STEAM e Projeto de Vida nas escolas, ainda que esse debate não esteja na pauta das pastas de Educação no Brasil. É preciso que coloquemos a sociedade diante dessa perspectiva para que, em breve, possamos subir no ranking dos países com maiores índices de Tecnologia e Inovação do mundo.
Fontes de pesquisa:
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