Interdisciplinaridade e STEAM
- stemparaminas
- 8 de out. de 2024
- 3 min de leitura

Por: Eliane Maria de Santana
Uma sigla e muitas perguntas…
Uma palavra que ganhou visibilidade na Educação, mas que ainda sofre com muitos questionamentos, especialmente, frente aos conservadorismos que movem algumas relações dentro da sala de aula.
Vamos tentar entender o que significam:
STEAM - surgida nos Estados Unidos em 1990 é uma nova visão sobre com ensinar Ciências, Matemática, Artes e Tecnologia de forma envolvente, fazendo com que essas disciplinas se interpenetrem, permitindo que os educandos percebam o movimento de aprendizado de uma para a outra, ou seja, elas estariam em troca permanente o que facilitaria o entendimento de que o aprendizado não se dá em “caixinhas”, de forma separada.
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Esse modo de ensinar já não supre mais as necessidades de conhecimento dos dias atuais, especialmente em tempos de internet, quando o Google ensina mais do que o professor dentro das escolas.
E o que é interdisciplinaridade?
É um conceito que busca a intersecção entre conteúdos de duas ou mais disciplinas para permitir que o aluno elabore uma visão mais ampla a respeito dessas temáticas, definição do site da FIA Business School.
Trocando em miúdos, STEAM e interdisciplinaridade caminham juntas desde suas concepções. Porém, ambas ainda enfrentam grandes empecilhos entre especialistas da Educação, não porque não funcionem, mas porque existem muitas limitações para que sejam aplicadas, de fato, principalmente, nas escolas das periferias do país.
Então, voltamos à estaca zero sobre Educação formal no Brasil.
É de conhecimento geral que o Brasil possui baixos índices de aprendizado e desenvolvimento de letramento matemático e linguístico, e por esse motivo, disciplinas como Ciências, por exemplo, que carecem de interpretação textual apurada para suas resoluções acabam sendo prejudicadas, afinal não é possível resolver enunciados simples sem nenhum nível de leitura, o mais básico que seja.
Vejamos o quão complexo é esse tema.
Além das definições que ainda estão começando a ser exploradas, as escolas das periferias não possuem estrutura física para implementar tais mudanças - por uma série de questões, incluindo a vontade política. Os professores não são estimulados a conhecer e a se preparar com formações adequadas e salários compatíveis com as novas funções.
Os educandos não enxergam nessa nova Educação caminhos para novos futuros porque não se sentem “adequados” para isso. Além do entendimento geral de que "estudar não dá mais futuro” - como já ouvi de muitos educandos dentro de sala de aula. Quando questionados, dizem querer ser influenciadores; de quê? E para quem?
Sem contar que, dentre eles, temos as meninas que não são incentivadas a estudar exatas por já carregarem, desde sempre, o peso de uma sociedade baseada no sistema patriarcal que acorrenta as mulheres aos grilhões da ignorância e da dependência intelectual.
Resumindo: muito há a ser feito. E por isso, estamos aqui! Então, convido você, leitora e leitor interessados em mudanças, a mergulhar conosco nessa viagem para conhecer mais sobre STEAM e interdisciplinaridade.
Conhecer mais sobre casos de sucesso em escolas periféricas, e acima de tudo, mostrar o poder que o conhecimento democratizado e sustentável possui de transformar a sociedade num ambiente de equidade para todas e todos.
E, para darmos largada nessa jornada, uma frase inspiradora e inesquecível do nosso mestre Paulo Freire: “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.”
Fontes:
Um primeiro passo precisa ser dado!! Texto perfeito e objetivo!!