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Des[cons]truindo o patriarcado


Ilustração por Evelyn Correia



Durante milênios, a figura feminina foi completamente estereotipada, sofrendo manipulação por uma sociedade deformada e machista. Tratada como um ser inferior ao homem, a mulher ficava encarregada principalmente de atividades domésticas e mostrar-se uma esposa submissa e “comportada”, não sendo necessário — na visão machista — nem mesmo conceder uma educação digna e igualitária às mulheres. Apenas nos últimos séculos a mulher começou a conquistar um espaço de destaque que sempre lhe foi negado, inclusive em relação ao acesso à educação.

Segundo uma informação concedida por Juan Cruz Perusia — responsável por América Latina e Caribe no Instituto de Estatísticas da Unesco -, à revista BBC News Brasil, o percentual de mulheres dentro das Universidades na América Latina é igual a 55%, superando o referencial masculino em relação à pesquisa. Sem dúvidas, é um grande avanço! Juntamente com essa, diversas outras conquistas foram realizadas, como o direito ao voto e o aumento do número de mulheres em cargos de gerência nas empresas, dando às mulheres diversos motivos para comemorar. Mas a luta não para por aqui.

Apesar de que parte do caminho rumo à igualdade entre os gêneros já foi percorrido, o machismo é um mal enraizado na sociedade, como pode ser notado a partir do aumento do caso de denúncias de crimes contra as mulheres nos últimos anos. De acordo com o Dicionário Online de Língua Portuguesa, a palavra “machismo” pode ser definida como “opinião ou atitudes que discriminam ou recusam a ideia de igualdade dos direitos entre homens e mulheres”. Sendo assim, é papel fundamental de toda a sociedade, com destaque para as mulheres, buscarem formas de combater essa visão responsável por constante violência e inúmeras mortes.

Para desconstruir essa sociedade fundamentalmente patriarcal, é necessário elevar as mulheres às posições que lhes competem. Enquanto a identidade de gênero de uma pessoa for mais importante que a competência e capacidade que ela possui, a sociedade não evoluirá e as pessoas continuarão vivendo em um sistema desigual, carente de denodos e completamente machista.

A luta contra o machismo exige empoderamento, o qual pode ser adquirido a partir da busca constante de conhecimento; a partir de conhecer os valores cabíveis a cada ser humano, afinal, não há ninguém melhor no mundo, independentemente do gênero, situação financeira, cor, orientação sexual e crenças. A ativista Malala Yousafzai, em uma entrevista ao programa The Daily Show, afirmou que no Paquistão, quando é proibida de ir à escola, compreende “o quão importante é a educação”, complementando que a educação é o poder das mulheres”. Sendo assim, desconstruir o machismo é tomar conhecimento de seu lugar no mundo, de seu potencial e poder de voz; é lutar pela educação e papéis igualitários a todas as pessoas. O papel doméstico pertence tanto à mulher quanto ao homem. Direitos básicos como educação digna, saúde, trabalho, qualidade de vida etc. pertencem a todos. Tomando conhecimento necessário daquilo que deve mudar na vida de cada pessoa em prol de um sistema justo e igualitário, cooperamos para que, um dia, a sociedade possa se ver livre desse sistema tão terrível para uma grande parcela da população.

Por Ailimyne Barros.



Bibliografia: BBC NEWS BRASIL. Dia Internacional da Mulher: 6 gráficos que mostram como as mulheres avançaram (ou não) na América Latina. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47490977 . Acesso em: 03 jul. 2020 DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS. Significado de machismo. Disponível em: https://www.dicio.com.br/machismo/ . Acesso em: 03 jul. 2020 YOUSAFZAI, Malala. Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.


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