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O crescimento e participação feminina na indústria de jogos



Autoria de Mariana Pires Freitas


A área de desenvolvimento de jogos, desde a pioneira Carol Shaw e os seus jogos para Atari dos anos 70, tem demonstrado não ser um ambiente exclusivamente masculino. O mercado brasileiro também reflete essa realidade, levando em conta que o report anual da Game Brasil de 2023, divulgado pelo Epgrupo, indica que, embora este ano o público gamer ser majoritariamente masculino (53,8%) - diferente dos últimos anos, em que as mulheres dominaram o consumo de jogos eletrônicos - em alguns estados como o RS (BAND, 2023), o público feminino persiste sendo a maioria consumidora de jogos (57%). Esses dados refletem a crescente participação e influência das mulheres no universo dos jogos, demonstrando que o mercado está se tornando cada vez mais diversificado e inclusivo, o que é refletido principalmente através da preferência feminina por jogos casuais e de smartphone.


Mais de 80% do público brasileiro (82,1%) considera jogos como uma das principais formas de entretenimento, e fazem parte do dia a dia de ao menos 70% de brasileiros. Isso deixa evidente que aqueles que não levam a sério o mercado e sua relevância devem começar a reconsiderar suas perspectivas para abraçar um mercado global que moveu pelo menos 300 bilhões em 2021 (ACCENTURE, 2021), valor que supera os mercados de música e filmes combinados.


Apesar dos avanços e do aumento da participação feminina no mercado de jogos, é importante reconhecer que elas ainda não são maioria na indústria como desenvolvedoras, como evidenciado por edições anteriores do próprio relatório. Em 2014, por exemplo, apenas 15% das desenvolvedoras eram mulheres. Esse número subiu em 2018 para 20% e, na pesquisa de 2022, as mulheres já representavam 29,8% dos profissionais da área. Esses dados indicam que, apesar do crescimento gradativo, há a necessidade contínua de promover a igualdade de gênero e oportunidades para mulheres na indústria de desenvolvimento de jogos.


Tornar a indústria mais diversa é uma tarefa que envolve o apoio ao trabalho feminino - seja ele independente ou não. Dito isso, conheça 5 mulheres (dentre várias!) que trabalham na indústria de jogos e apoie seus respectivos projetos listados abaixo:


  1. Amora Bettany - artista brasileira conhecida pela sua participação nos jogos Celeste (recomendação pessoal da escritora, um jogo de plataforma nada tradicional) e Out There Somewhere.

  2. Ana Ribeiro - pioneira em games de realidade virtual no Brasil, desenvolvedora do jogo Pixel Ripped 1989 (um jogo que traz um aspecto nostálgico e desafiador).

  3. Camilla Slotfeldt - fundadora e CEO do BitCake Studio, responsável por títulos como Holo Drive (um jogo de tiro multiplayer gratuito, frenético e caótico).

  4. Pam Silva - game designer na Manifesto Games, incentivadora e organizadora de eventos e iniciativas como a Women Game Jam Brazil e Game Jam das Minas (que acontece presencialmente em Recife)

  5. Tamyres Iracet - artista 3D e desenvolvedora de jogos para o recém-fechado estúdio Modus, onde colaborou na criação de God of Rock (um caótico jogo que mistura Guitar Hero e luta) e Override 2 (um jogo de luta competitiva robótica cheio de adrenalina).



REFERÊNCIAS


ACCENTURE. “Global Gamjing Industry Value Now Exceeds $300 Billion, New Accenture Report Finds”. Disponível em: <https://newsroom.accenture.com/news/global-gaming-industry-value-now-exceeds-300-billion-new-accenture-report-finds.htm>. Acesso em: 7 de jul. de 2023.


BAND, Emissora. “Presença feminina é maioria entre gamers do RS”, maio 2023. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=ctAIc1kJto8>. Acesso em: 7 de jul. de 2023.


EPGRUPO. “Pesquisa Game Brasil 2023 Atualiza O Comportamento Dos Gamers”, mar 2023. Disponível em: <https://www.epgrupo.com.br/pesquisa-game-brasil-2023-atualiza-o-comportamento-dos-gamers/>. Acesso em: 8 de jul. de 2023.

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