Autora: Arianne Pires
📌Sabemos que enaltecer feitos científicos de mulheres é extremamente importante, pois serve como inspiração de que todas podemos fazer ciência. E estreando o quadro que faremos periodicamente sobre mulheres memoráveis, não poderíamos deixar de citar a incrível Hipátia.
Sem dúvidas, uma das pessoas mais importantes da história. A primeira mulher a ser documentada como cientista, no século IV, 370 a. C. Hipátia foi uma matemática brilhante, mas além disso ela também era Filósofa, Física, Astrônoma e uma professora aclamada por todos. Sua beleza e inteligência com certeza eram um destaque naquela época.
Contexto local:
Uma coisa importante para se ressaltar é que isso aconteceu na famosa biblioteca de Alexandria, no Antigo Egito. O lugar reuniu os maiores gênios do mundo trabalhando em conjunto, a maioria era considerada rebelde por se atrever a ter ideias diferentes da igreja daquela época. Junto com essas grandes mentes estava Hipátia que foi uma estudiosa que ensinava e pesquisava fenômenos naturais.
Infelizmente, nenhum dos livros que ela escreveu chegou até os dias de hoje, entretanto, sobreviveram aqueles que ela fez com seu pai, o filósofo Teón de Alexandria. A Biblioteca teve um triste fim, um incêndio que quase levou todos aqueles arquivos em forma de pergaminhos, onde coisas incríveis ficaram perdidas na história para sempre.
Mais sobre ela:
Hipátia foi quem começou a decifrar a famosa lógica da matemática. Além disso, Hipátia esteve envolvida na criação do astrolábio, uma espécie de calculadora astronômica que foi usada até o século 19, e o hidroscópio, um aparato para medir líquidos. Numa época em que as mulheres tinham poucas opções e, a maioria, eram tratadas como propriedade, Hipátia movimentava-se livre e sem constrangimento em domínios tradicionalmente masculinos. Segundo todos os relatos, era uma mulher de grande beleza. Tinha muitos pretendentes, mas rejeitou todas as propostas de casamento.
Hipátia foi a última cientista a trabalhar na biblioteca. A crescente Igreja cristã da época consolidava seu poder e tentava erradicar a influência e cultura pagã, Hipátia estava no epicentro dessas poderosas forças sociais, onde pagãos, judeus e cristãos compartilhavam o mesmo espaço. Cirilo, o arcebispo de Alexandria, a desprezava devido à estreita amizade que ela mantinha com o governador romano e por ser um símbolo do estudo e da ciência, que a Igreja antiga identificava amplamente com o paganismo.
Correndo grande perigo, ela continuou a ensinar e a publicar, até que, no ano de 415, a caminho do trabalho, foi cercada por um grupo de fanáticos religiosos. Eles a tiraram de sua carruagem, rasgaram suas roupas e, armados com conchas de haliote, um tipo de molusco, arrancaram a carne de seus ossos. Seus restos mortais foram queimados, suas obras obliteradas, e seu nome esquecido.
A glória da Biblioteca de Alexandria é uma lembrança difusa. Seus últimos remanescentes foram destruídos pouco após a morte de Hipátia. Foi como se toda a civilização tivesse sido submetida a uma autocirurgia cerebral, e a maior parte de sua memória, suas descobertas, ideias e paixões, foram extintas. A perda foi incalculável.
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Referências:
Livro Cosmos - Carl Sagan
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