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Desmistificando estereótipos e impulsionando novas líderes na biotecnologia

Autoria de Maria Julia Feitosa


A biotecnologia é a junção dos conhecimentos da biologia, química e engenharia para manipulação de organismos em busca de novas tecnologias de melhoria de vida para as indústrias, como as farmacêuticas e alimentícias. Embora a palavra assuste parecendo inacessível, suas aplicações são bem mais presentes na nossa vida do que pensamos, como por exemplo, no nosso café da manhã até o jantar por meio de processos de fermentação e modificação genética, nos transportes através de biocombustíveis, cosméticos, remédios, vacinas, entre outros.


O mundo dos pesquisadores é um céu sem limites, mas abre um questionamento. Se existe um mar de oportunidades dentro da ciência, por que há sempre um limite quando o assunto é atuação feminina na ciência?


Nas áreas das pesquisas, o pioneirismo feminino se destaca nos estudos renomados da genética, e podemos citar Nettie Maria Stevens, uma das primeiras geneticistas e bióloga norte-americana, formada pela Universidade de Stanford. Seus estudos foram significativos na compreensão da funcionalidade da presença ou ausência dos cromossomos X e Y nos organismos. Desde então, possibilitou o conhecimento de que os indivíduos de gênero masculino possuem cromossomos X e Y, enquanto o feminino carregava XX. A biofísica britânica Rosalind Franklin, não fica para trás nessa conversa. Uma das principais responsáveis por descobrir que o DNA possui uma estrutura helicoidal, viabilizando estudos aprofundados sobre os aspectos da função do DNA.


Além disso, não falta representatividade brasileira, esse é o exemplo da biomédica Jaqueline Goes de Jesus, que junto com sua equipe conquistou o recorde de sequenciamento identificando os novos genomas do novo coronavírus em apenas 48 horas após a confirmação do vírus no Brasil (na pandemia em 2020). Em entrevista para a revista Raça, Jaqueline destaca sua opinião sobre a visibilidade de mulheres nos laboratórios: “Essa divulgação do nosso grupo trouxe à luz muitas pesquisadoras mulheres que fazem trabalhos brilhantes e que não tinham reconhecimento ainda. No entanto, maior do que o reconhecimento, foi trazer essa discussão para a sociedade: de que mulheres foram consideradas por anos menos capazes e estão liderando pesquisas importantes” (Sirius Biotec, 2024).


O papel das mulheres na ciência é negligenciado, principalmente pela forte segregação presente ainda na área, a desmistificação desses estigmas sociais começa no acesso ao conhecimento,  que é a base para o incentivo acadêmico, abrindo um novo mundo além das palavras, denominações, siglas difíceis, mas um que capacita a representatividade de mulheres e jovens no STEM.



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